Escalei montanhas,
Trepei a árvore da vida,
Percorri caminhos,
(Uns sedosos outros pedregosos),
E aqui estou...
Sinto os espinhos cravados nas mãos
Das rosas que acariciei;
As pétalas secaram
Por entre folhas de livros
Esquecidos na prateleira
E cobertos de pó.
Foram 30 anos recheados
De alegrias, de tristezas,
De sorrisos, de lágrimas,
De esperança e desespero,
Mas aqui estou
Disposta a ir mais além...
Afinal, muito falta
Para alcançar os ramos e as folhas,
O cimo da montanha está longe,
E os caminhos abrem-se incessantemente.
30 Anos, uma vida...
E tanto por viver!
Podemos acreditar que tudo o que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamo-nos dar conta que nenhum dia é igual ao outro. Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída das nossas confusões, a alegria dos nossos bons momentos, a pista correcta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.
Não deixam saudades Só as lembranças que doem Ou fazem sorrir Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida à saudade que trago Aquelas que tive contigo e acabei por perder Há dias que marcam a alma e a vida da gente e aquele em que tu me deixaste não posso esquecer A chuva molhava-me o rosto Gelado e cansado As ruas que a cidade tinha Já eu percorrera Ai... meu choro de moça perdida gritava à cidade que o fogo do amor sob chuva há instantes morrera A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade E eis que ela bate no vidro Trazendo a saudade
Chuva...
Quando ouvimos chover, bem lá fora, no calor do nosso refúgio, um emaranhado de sentimos invade-nos...acho que começa por uma sensação de libertação, de ouvir apenas aquelas gotas a bater no vidro, a cair no telhado…trazem-nos um sossego que nos conforta e aconchega…enrolamo-nos em nós próprios e divagamos por onde as nossas histórias no levam, histórias vividas, umas melhores que outras, umas que nos fazem sorrir, sonhar, chorar, lembrar, e outras apenas imaginadas que nos lembram sedução, amor, paixão, vida … sonhar…
Esta grande senhora vai estar em Águeda esta noite…e quero ir divagar e sonhar com ela, ao som da chuva ou não, mas concerteza ao som do meu coração…