quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Na falta, inspira-me Senhor!

Quando o meu olhar não conseguir ver as “pisaduras” na alma dos que me rodeiam: provoca o meu olhar, Ó Deus que tudo alcanças.

Quando a crise e o drama social não passar para mim de um tema ou uma questão: derruba-me, Senhor, do pedestal da indiferença, da hipocrisia e do intelectualismo.

Quando os outros me disserem que a noite caiu e as trevas os envolvem, e eu teimar em dizer que o sol brilha: perdoa, Senhor, a minha falta de compaixão e insensibilidade.

Quando na mesa faltar o pão e no corpo faltar a roupa e na carteira faltar um euro para comprar um balão, que o menino pede com o olhar e a mãozinha estendida: ensina-me, Senhor, a aprofundar o sentido de equidade, de justiça, de bem-comum e de “destino universal dos bens”.

Quando os rostos à minha volta se contorcerem em esgares nervosos e angustiados: inspira-me Senhor, a capacidade de olhar, de aproximar, de tocar, de acariciar e de rasgar caminhos de superação e de esperança.

Quando, enfim, o meu olhar estiver doente, os meus braços inertes, os meus sentidos embotados, a minha consciência alienada, pega em mim ao colo, Senhor, porque nada posso nesta agonia e reanima-me com o teu sopro de vida.

Isabel Varanda


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Só te amo até terça-feira

" ... o que daria para ter tido nem que fosse uma hora na cama comigo. Mas, ao mesmo tempo, não sirvo para ser mais uma rapariga numa lista de casos menores que servem para satisfazer necessidades fisiológicas. Para os homens amor não é sexo, pois não? Sexo é algo que se resume a uma necessidade. Diz o mundo urbano que as mulheres nem pensam nisso. Um disparate. As mulheres não só pensam como têm o mesmo número de fantasias que o sexo oposto. Se te contar as minhas és capaz de corar. Faço por pensar em fantasias que te façam corar, mas a minha imaginação não é dada a esses encontros com o prazer, por isso sei que vou falhar. Levanto-me do sofá e decido que já não tenho idade para ser uma "batata de sofá", uma candidata a sexo fácil, uma empregada obediente. Sou uma mulher, uma mulher verdadeira...."
"Só te amo até terça-feira" - Rosa Luna



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A vida é muito para ser insignificante...

Já me desiludi com pessoas que nunca imaginei que me desiludiriam, mas também já desiludi alguém.


Já fiz coisas por impulso, já abracei para proteger, já ri quando não devia, fiz amigos eternos e amigos que nunca mais vi.

Já perdoei erros quase imperdoáveis, amei e fui amada, mas também já fui rejeitada, fui amada e não amei.

Já gritei e saltei de felicidade, já vivi de amor e fiz promessas eternas, mas também me magoei muitas vezes.

Já telefonei só para ouvir a tua voz, apaixonei-me por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.

Tive medo de perder alguém especial, e acabei por perder.



Mas vivi e ainda vivo. Não passo pela vida.

E tu também não devias passar. Bom é lutar com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia.



Porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estanha sensação....



Sinto uma estranha sensação de tristeza, de nostalgia,
uma estranha falta de vontade, de querer, de alegria...

Sinto uma estranha sensação de vazio e indiferença,
uma estranha falta de força, de energia, de presença...

Sinto uma estranha sensação de abandono e de solidão,
uma estranha falta de amparo, de carinho, de uma mão...

Sinto uma estranha sensação de raiva, de aborrecimento,
uma estranha falta de encaixe e de envolvimento...


Sinto uma estranha sensação de falta de espaço, de ar,
uma estranha falta de força para lutar e avançar...

Sinto uma estranha sensação de perda, de insegurança,
uma estranha falta de amor-próprio e de confiança...

Sinto uma estranha sensação de cansaço, de insatisfação,
uma estranha falta de uma estranha e distante ilusão.